Seguidores

terça-feira, 18 de abril de 2017

Açucar = Veneno, será?

     Já todos sabemos que o açúcar faz mal, mas até que ponto? 
     O açúcar representa um grande risco para a saúde e contribui para a morte de milhões de pessoas por todo o mundo todos os anos. 
     Tão alta é a toxicidade do açúcar que, para os pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, nos Estados Unidos, ele é uma substância potencialmente tóxica assim como o álcool e o cigarro. Está comprovada uma ligação direta entre o consumo do açúcar e o aparecimento dos diabetes.
     O açúcar está também fortemente ligado ao cancro, não apenas como uma causa, mas também como algo que alimenta as células cancerígenas quando uma pessoa tem a doença.
     As células tumorais são viciadas em açúcar. Esta dependência está implicada no processo de crescimento do cancro. Porque, ao contrário das células normais que utilizam a glicose para criar energia, as tumorais usam-na para constituir novas células, também malignas, e engrossar o exército tumoral. Jorge Lima e Valdemar Máximo, dois jovens investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), criaram modelos que reproduzem "in vitro" o metabolismo das células cancerígenas para perceber como é possível bloquear a proliferação dos tumores.
     Numa pesquisa publicada na revista Molecular Systems Biology, o Dr. Thomas Graeber e os seus colegas demonstraram que a fome de glicose, isto é, o ato de privar as células cancerosas de glicose, ativa um significativo circuito de amplificação metabólica que leva à morte dessas células.
A eliminação do açúcar, portanto, e de tudo que vire glicose no organismo (como pão, massas, arroz) poderia ser algo a ser adotado na tentativa de melhorar os resultados de tratamentos de cancro. 
     O aumento dos níveis de insulina podem promover a proliferação de células tumorais.
     Os doutores Rainer Klement e Ulrike Kammerer concluíram que as células cancerosas são tão sensíveis ao abastecimento de açúcar, que o corte da oferta dessa substância irá matá-las.


O Papel da Insulina no Crescimento das Células Cancerígenas
        No nosso organismo, o papel principal da insulina é simplesmente baixar o açúcar no sangue. No entanto, acredite ou não, para piorar a situação, as células do cancro fabricam e secretam as suas próprias insulinas, de modo a que possam ter acesso ilimitado à glicose. Elas são mesmo espertas. A insulina que elas segregan é chamada de gostar-insulina fator-de-produção (Insulin-like Growth-Factor), ou IGF, e bem como o seu nome indica, oferece às células cancerígenas um estímulo ilimitado para o crescimento.
As células cancerígenas têm dez vezes mais receptores de IGF nas suas membranas celulares, assim como  receptores de insulina. 

Aqui vai a explicação simples de como isto funciona: Quanto mais açúcar você come, mais glicose no sangue, mais insulina é utilizada pelo organismo, e maior o crescimento e força do cancro (tumor). Isto é uma explicação muito simples, mas de maior importância, uma vez que se trata de uma das causas chave em conquistar a vitória sobre o cancro. Caso contrário, permitimos que as células cancerígenas se tornam invisíveis, invencíveis, e totalmente independentes, e isso não queremos.

     A doutora Christine Horner tem muito a dizer para as mulheres sobre o açúcar e o cancro da mama:
     "Quando se trata de cancro da mama, a insulina não é amiga. Uma das principais razões é devido ao fato de tanto as células da mama normais como as cancerosas terem receptores de insulina sobre elas. Quando a insulina se liga ao seu receptor, tem o mesmo efeito de quando o estrogénio se liga ao seu receptor: faz com que as células comecem a se dividir. Quanto maior os níveis de insulina são, mais rápido as células da mama vão se dividir; quanto mais rápido elas se dividirem, maior será o risco de cancro da mama é mais rápido será o desenvolvimento das células cancerígenas".
     A Dra. Horner lembra um estudo realizado pela Harvard Medical School (2004) que constatou que as mulheres que, quando adolescentes, comeram mais alimentos com alto índice glicémico, aumentaram os níveis de glicose no sangue e, anos depois, apresentavam uma maior incidência de cancro da mama. 
     "Então, se incentivar a sua filha adolescente a cortar no açúcar, vai ajudá-la a reduzir o risco de cancro da mama para o resto da vida", disse a doutora.

     Noutro estudo da Universidade da Califórnia, que foi publicado na revista Cancer Research, os pesquisadores concluíram que qualquer pessoa que pretenda reduzir o risco de cancro deve começar por diminuir a quantidade de açúcar que ingere.

     O Dr. Anthony Heaney declarou: "A dieta moderna contém uma grande quantidade de açúcar refinado, incluindo a frutose, que é um perigo oculto envolvido em muitas doenças modernas, tais como a obesidade, a diabetes e fígado gordo".
     Especificamente sobre a frutose, o pesquisador afirmou: "Os resultados mostraram que as células cancerosas podem facilmente metabolizar a frutose, o que aumenta a proliferação delas".
     O resumo de tudo é que o açúcar transforma o corpo num terreno fértil para vírus, bactérias, fungos e cancro, devastando o sistema imunológico.


     glicose é obtida a partir de diversos alimentos, como os vegetais, a fruta, os cereais (integrais ou não) e seus derivados, os laticínios. A lista prosseguiria numa enumeração extensiva. Além da origem alimentar, este açúcar pode ser fornecido às células através da produção pelo próprio organismo, a partir da proteína, quando não se incluem hidratos de carbono na dieta.
Muitos doentes oncológicos evitam os hidratos de carbono, pois pensam que o açúcar pode promover o crescimento das células cancerígenas. Essa atitude é contraproducente, quando se pretende a manutenção de um adequado estado nutricional e quando se está perante os efeitos secundários do cancro e dos tratamentos. A própria eliminação dos hidratos de carbono da alimentação é geradora de stresse, o que proporciona a ativação de mecanismos que aumentam a produção de hormonas que podem elevar a glicemia e prejudicar a função imunitária.

Se sabemos que o cancro precisa de açúcar, faz sentido continuarmos a comer açúcar? 

     O pior é que, a maioria das pessoas com cancro em todo o mundo, não são orientadas sobre qualquer informação nutricional cientificamente orientada para a eliminação do açúcar, além de dizer a elas para ter uma alimentação variada e saudável.

        Sem dúvida que a alimentação do doente oncológico deve ser baseada nos princípios de uma alimentação saudável, ou seja, equilibrada, variada e completa, de acordo com a Nova Roda dos Alimentos. Além disso, a atividade física tem um importante papel na estabilização dos níveis de açúcar sanguíneos, devendo a sua prática e continuidade ser incentivada nos doentes oncológicos, não apenas por esta mas por outras razões.

       Um estudo norte-americano revela que as elevadas quantidades de açúcar presentes na dieta ocidental podem aumentar o risco de cancro da mama e metástases para os pulmões.
        Os investigadores da Universidade do Texas fizeram experiências com ratinhos de laboratório, divididos em grupos aos quais eram dadas diferentes quantidades de açúcar. "Percebemos que a ingestão de sacarose provocou nos ratos ao aumento de tumores e de metástases", afirmou Peiying Yang. Estudos anteriores tinham já demonstrado a ligação entre o açúcar e inflamações que podem levar ao desenvolvimento de tumores cancerígenos. "Determinámos que a frutose, que se encontra nos mais variados alimentos, é responsável por facilitar o desenvolvimento de metástases nos pulmões e cancros na mama", acrescentou o co-autor do estudo, Lorenzo Cohen, citado pelo site sciencedaily.comOs investigadores sublinham que a identificação dos riscos de desenvolvimento de tumores deve ser uma prioridade da saúde pública e que o aumento do consumo de açúcar é alarmante, com cada vez maior ingestão de refrigerantes, já identificados como um dos grandes contribuidores para a obesidade, problemas cardíacos e cancro por todo o mundo.


 O especialista David Servan-Schreber, defende, no seu livro 'Anti-Cancro - Um novo estilo de vida', que o aumento dos casos de cancro se encontra associado ao consumo de alimentos com açúcar.
     Para o médico David Servan-Schreber, autor do livro 'Anti-Cancro - Um novo estilo de vida', aquilo que chama 'a epidemia do cancro' começou depois da segunda guerra mundial. Foi nessa altura que começaram a ser adicionadas grandes quantidades de açúcar altamente refinado aos alimentos; que se deram alterações cruciais nos processo agrícolas e que começámos a ser expostos a um grande número de produtos químicos que não existiam. E apresenta a solução!
Elimine o açúcar, alimentos com açúcar adicionado e a pastelaria. Em 1830 comíamos cerca de 5kg de açúcar por ano. Em finais do século XX já estávamos nos 70kg/ano. Otto Warburg recebeu o Nobel da Medicina por descobrir que o metabolismo dos tumores malignos está em grande medida dependente do consumo de glucose. Os picos de insulina causados pela ingestão de alimentos com elevado índice glicémico (que fazem os níveis de açúcar no sangue subir muito rapidamente) e a segregação de uma molécula chamada IGF, que ocorre ao mesmo tempo, estimulam o desenvolvimento de células cancerosas.
- Coma carne e lacticínios proveniente de animais de pasto. Quando passámos a alimentar o gado de milho e de soja em vez de pasto, promovemos o desequilíbrio entre os ácidos gordos essenciais ómega 3 e ómega 6 no nosso organismo. O excesso de ómega 6 aumenta as inflamações e o desenvolvimento de células adiposas e cancerosas.
-  Consuma apenas gorduras 'boas' como o azeite. O consumo de margarinas e óleos vegetais como o de girassol e de soja, muito ricos em ómega 6 e pobres em ómega 3 foi muito incentivado a partir dos anos 50. As gorduras hidrogenadas são péssimas para a saúde e facilitam o desenvolvimento de cancro.
        Outro estudo sugere que refrigerantes, bolos, biscoitos e doces aumentam o risco de cancro no intestino.        Os cientistas, das universidades de Aberdeen e Edimburgo, analisaram a dieta, a prática de exercício físico e o consumo de tabaco em dois mil pacientes de cancro de intestino e identificaram fatores de risco já conhecidos como historial familiar, fumo e sedentarismo. Mas pela primeira vez, um estudo aponta o consumo de alimentos ricos em açúcar e gordura entre as causas principais da doença.
        Estes investigadores analisaram as dietas dos pacientes portadores de cancro, que na sua maioria eram ricas em calorias. Foram comparados os hábitos com um outro grupo do mesmo tamanho que seguia uma dieta saudável e foram analisados mais de 170 tipos de comida, incluindo fruta, legumes, verduras, peixe, carne, além de produtos calóricos, como chocolates, nozes e sumos de fruta. Os investigadores concluíram que o grupo que seguia uma dieta saudável, rica em frutas e legumes, tinha menor risco de desenvolver cancro do intestino do que o outro grupo, seguidor da denominada "dieta ocidental": rica em carnes, gordura e açúcar. O estudo, publicado na revista científica European Journal of Cancer Prevention, é a primeira investigação a estabelecer uma ligação entre cancro do intestino e dieta rica em gordura e açúcar.
Açúcar, açúcar em tudo!

        A parte difícil disto é que o açúcar vem em muitas formas. Farinha, amido, bebidas alcoólicas, sumos, frutose, glicose, xarope de milho, sacarose, xarope de milho, lactose, açúcar do leite, dextrose, maltose, malte de cevada, arroz integral, melaço, sumo de fruta, caldo de cana, e agave. 

        Carboidratos complexos também são uma fonte de glicose. Aqui está uma regra fácil de lembrar - Uma dieta de carboidratos complexos é basicamente uma dieta de glicose. Então você vê que não basta apenas a substituição do açúcar para o mel, ou comer arroz integral em vez de massas, ou beber sumo de abacaxi em vez de refrigerante. O que temos que fazer quando lutamos contra o cancro é comer bastantes verduras em folhas cruas e frutas (especialmente bagas), algumas castanhas, e legumes não amiláceos (que não contêm amido).

        Acredita-se que se forem criadas drogas eficazes a bloquear os circuitos da glicose, o cancro será fortemente penalizado na sua estratégia de expansão. Há vários medicamentos desenhados para actuar nos processos metabólicos que estão a ser testados em ensaios clínicos, mas ainda não estão aprovados para comercialização. O que se espera é, que a médio prazo, estejam disponíveis para tratar portadores de vários tipos de cancro.
Há uma linha que une o consumo de açúcar e o aparecimento de cancro, por isso corte no açúcar para melhorar a sua saúde e enxotar o cancro.

Num próximo post irei falar sobre as alternativas ao açúcar... ;)

Um beijinho e sejam felizes :-*